Boris Feldman, especialista automotivo, esclarece que a quilometragem não é o único, nem necessariamente o melhor indicador da qualidade de um carro usado. "A quilometragem diz quanto o carro rodou, mas não diz como o carro rodou", afirma Feldman.
O especialista ressalta que o histórico de uso e manutenção do veículo é crucial. Aspectos como o estilo de direção do proprietário anterior, as condições das estradas por onde o carro trafegou e a regularidade das manutenções têm impacto significativo na condição geral do automóvel.
"Um carro com 250 mil, 300 mil quilômetros pode estar em melhores condições do que um que só rodou 50 mil nas mãos de um lambão, de um despreocupado para qualquer tipo de manutenção ou tipo de estrada", exemplifica Feldman.
Feldman sugere outras formas de avaliar a condição de um veículo usado:
O especialista alerta ainda para a possibilidade de adulteração do odômetro, prática ilegal conhecida como "Zé Marcha à Ré". "Quem te disse que um carro que está mostrando 43 mil quilômetros no odômetro lá dentro do velocímetro, já não rodou 170 mil e o dono da loja mandou chamar o Zé Marcha à Ré para voltar ao odômetro?", questiona.
Diante desses riscos, é fundamental que o comprador esteja atento e, se possível, conte com o auxílio de um mecânico de confiança ao adquirir um veículo usado. A transparência e a procedência do carro são tão importantes quanto o preço e a quilometragem exibida.