O Banco Mundial espera que a série de novas tarifas de Trump sobre os parceiros comerciais da América reduza o crescimento econômico global ao seu nível mais baixo desde a crise financeira de 2008, desconsiderando as recessões mundiais, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (10).
Embora a instituição sediada em Washington, DC, não espere outra recessão global devido às tarifas, afirmou em um comunicado à imprensa que — caso suas projeções para o crescimento global se concretizem este ano e no próximo — "o crescimento global médio nos primeiros sete anos da década de 2020 será o mais lento de qualquer década desde os anos 1960".
Em seu relatório, o Banco Mundial reduziu sua expectativa para o crescimento do PIB global este ano para 2,3% dos 2,7% que havia previsto em janeiro. Isso é baseado na suposição de que as tarifas mundiais permanecerão nos níveis do final de maio.
Isso coloca a economia mundial no curso do ritmo de crescimento mais fraco em 17 anos, excluindo duas recessões globais — a primeira em 2009, após a crise financeira; e a segunda em 2020, primeiro ano da pandemia de coronavírus.
Nesses anos, o crescimento econômico global contraiu 1,3% e 2,9%, respectivamente, segundo dados do Banco Mundial.
"O aumento acentuado nas tarifas e a incerteza resultante estão contribuindo para uma desaceleração generalizada do crescimento e deterioração das perspectivas na maioria das economias mundiais", disse a instituição no relatório.
Acrescentou que a "turbulência" desencadeada por "tensões comerciais elevadas" levou à redução das previsões de crescimento para quase 70% das economias mundiais — em todas as regiões e grupos de renda.
A desaceleração prevista nas economias em desenvolvimento também será influenciada por tendências de longo prazo, como os níveis crescentes da dívida governamental, observou a instituição.
Desde que retomou o cargo em janeiro, Trump aumentou as tarifas de importação sobre a maioria dos parceiros comerciais da América e sobre produtos-chave, incluindo carros e aço.
Uma rodada de "tarifas recíprocas" punitivamente altas deve atingir muitos dos parceiros comerciais da América a partir de 9 de julho, a menos que possam fechar um acordo com Washington — e apesar das taxas terem encontrado um obstáculo legal no mês ado.
Novas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China começaram em Londres na segunda-feira e continuaram na terça-feira, com ambos os lados tentando preservar uma frágil trégua negociada no mês ado.
Apesar das negociações em andamento, as tarifas, sua implementação errática e a imprevisibilidade que ambas injetaram na economia global estão pesando sobre muitas empresas e consumidores.
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