Segundo Brustolin, Israel e Irã nem sempre foram inimigos. O Estado de Israel, criado em 1948, foi inicialmente reconhecido pelo Irã, que na época era governado por uma monarquia apoiada pelos Estados Unidos. A ruptura ocorreu em 1979, com a Revolução Islâmica no Irã.
"Israel não tolera que o Irã tenha um programa nuclear. E como o Irã declaradamente quer a destruição do Estado de Israel, Israel vem há muito tempo sabotando esse programa nuclear", explicou o especialista.
O professor destacou que o Irã estava próximo de produzir suas primeiras ogivas nucleares, tendo urânio enriquecido suficiente para fabricar nove ogivas, além de cerca de 3 mil mísseis que poderiam ser utilizados como armas nucleares.
Brustolin ressaltou que o Irã é o segundo país mais sancionado no mundo, ficando atrás apenas da Rússia. As sanções afetam diversos setores, incluindo a força aérea iraniana, que opera com caças antigos e obsoletos.
O especialista explicou que o Irã faz parte do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que permite o enriquecimento de urânio para fins pacíficos. No entanto, em 2002, foram descobertas instalações de enriquecimento de urânio para fins bélicos no país.
Em 2015, um acordo nuclear foi estabelecido entre o Irã e potências mundiais, prevendo fiscalizações rigorosas pela Agência Internacional de Energia Atômica. Contudo, os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2018, e desde então, as tentativas de reativá-lo não tiveram sucesso.