Na plateia improvisada da estação Jardim Oceânico, um olhar atento se destacava entre os ageiros: o de Phillip Janin, 29, que interrompeu o caminho ao trabalho para escutar a apresentação.
“Ouvi uma voz que me prendeu. Nunca havia visto uma apresentação de ópera no metrô. Fiquei ali, parado, irado”, conta Phillip.
Ane não imaginava que aquela apresentação marcaria tanto sua vida pessoal. Após algumas interações durante os shows, Phillip a procurou nas redes sociais. A conversa evoluiu, veio o primeiro convite, o primeiro encontro fora do metrô – e, aos poucos, a rotina dos dois começou a se entrelaçar.
“O nosso primeiro eio foi um almoço, depois caminhamos pela praia. Conversamos por horas. Tudo fluiu com muita naturalidade”, relembra Ane. A afinidade se confirmou com o tempo: Phillip ou a frequentar outras apresentações, encantado tanto pela música quanto pela artista. Apaixonado por ópera e fluente em italiano, ele se identificava com o repertório e a dedicação dela à música.
O relacionamento se firmou nos meses seguintes, e, cerca de um ano depois daquele primeiro encontro nos corredores da estação, o casal decidiu oficializar a união. “A gente percebeu que tinha o mesmo propósito, a mesma visão de vida. A convivência só confirmou isso”, resume Phillip.
Hoje casados, Ane e Phillip veem o Palco Carioca como um ponto de virada. Para ela, foi um espaço que ampliou sua visibilidade artística e abriu portas profissionais. Para ambos, foi o cenário do começo de uma história de amor que seguiu além da estação.
“Foi ali que tudo começou. Um lugar simples, mas que mudou muita coisa na minha trajetória”, diz Ane, que atualmente participa do projeto cultural “Ópera com Café”, que une música e literatura no Rio.