Em nota, a 99 afirmou que está oferecendo apoio e ajuda de custo aos motociclistas interessados em acompanhar a discussão. Segundo a empresa, a iniciativa busca manter os trabalhadores autônomos próximos ao debate.

“Muitos desses trabalhadores não possuem condições econômicas para deixar de trabalhar e lutar por seus direitos, situação agravada pela suspensão temporária da 99Moto na cidade de São Paulo”, afirmou a companhia.

O convite informa que a “recompensa” será creditada em até cinco dias após o evento, via carteira digital da 99.

O Sindicato dos Motoboys de São Paulo foi convidado pela Câmara para compor a mesa da audiência. Em entrevista, o presidente do sindicato, Gilberto Almeida Gil, classificou a ação da empresa como antissindical.

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“Na realidade, ela está fazendo uma política de colocar a categoria contra o poder público municipal. Porque, nos dias normais, ela não oferece esses vouchers aos trabalhadores?”, questionou.

Gilberto também afirmou que a empresa tenta “tumultuar” o debate: “Ela está querendo tumultuar e criar fatos e narrativas políticas para embolar o meio de campo, fugindo do verdadeiro tema da discussão, que são os acidentes e a desregulamentação dos direitos trabalhistas promovida por ela”, acrescentou.

Ainda durante a conversa, o presidente do sindicato criticou a atuação das empresas no setor, alegando que elas colocam motociclistas despreparados em uma rotina de trânsito pesado, como a da capital paulista.

“Acredito que seria possível apresentarmos um projeto ao prefeito e ao Executivo propondo que as empresas disponibilizem seguro de vida para os ageiros, em caso de acidentes. Essa proposta poderia ser avaliada dentro dos modais de segurança já existentes”, sugeriu.

Por fim, Gilberto comentou as críticas da Prefeitura, que alega que o serviço de mototáxi pode aumentar o número de acidentes.

"Para transportar ageiro, não é preciso ser um gênio da matemática para entender que isso vai gerar mais acidentes, mais mortes e mais gastos públicos — e toda a sociedade vai pagar essa conta. Veja bem: se é para regulamentar, teremos que buscar mecanismos que possam frear esse crescimento ou equilibrar o número de acidentes e de mortes. E, para isso, precisamos trazer técnicos especializados no tema, focados na questão da segurança viária e no comportamento dos condutores”, finalizou.

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*Sob supervisão

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