A menina ligou para a PM duas vezes, na primeira ligação pedindo uma viatura:

- PM: Polícia Militar, emergência
- Criança: Eu preciso de uma viatura aqui. Minha mãe bateu na minha mãe. É rua...
- PM: A sua mãe bateu na sua mãe?
- Criança: Não, o meu pai bateu na minha mãe
- PM: E cadê a sua mãe?
- Criança: Ela tá pingando sangue. Eu preciso…

O policial pergunta qual o nome dela e de onde ela está falando:

- Criança: Ontem ele já bateu na minha mãe (Chorando)
- PM: Qual a sua cidade?

A menina pergunta pra mãe desesperada qual é a cidade que elas moram.

- Criança: Qual cidade, mãe? Qual cidade, mãe?
- PM: Que cidade você tá?
- Criança: Que cidade?

A ligação cai, mas a menina consegue ligar novamente pro 190.

- PM: Polícia Militar, emergência.
- Criança: Eu preciso de uma viatura aqui no Cruzeiro urgente… Preciso de uma polícia aqui urgente. O meu pai bateu na minha mãe, ela tá pingando sangue aqui. 
Desde ontem ele tá... desde ontem ele tá batendo na minha mãe, eu tô muito nervosa. Eu sou uma criança!

A policial pergunta qual o endereço, e a criança novamente não consegue dizer.

- PM: Espera um pouquinho, qual que é a rua da tua casa?
- Criança: A rua?
- PM: É.
- Criança: É Bragança Paulista
- PM: Não, e a rua? Aí é a cidade
- Criança: A cidade? A rua, né?!
- PM: É

A menina então pergunta novamente (gritando) para a mãe que está ao fundo, mas a mulher diz que está bem.

- Criança: Ô mãe, qual é a rua? Qual é a rua, mãe? Mãe fala a rua!
- (Mãe ao fundo): A mãe tá bem.
- Criança: Fala a rua! Fala a rua, caramba!
- (Mãe ao fundo): Não precisa...
- Criança: Fala a rua, mãe! (implorando)

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Mesmo com a confusão do endereço, a Polícia conseguiu encontrar a residência e uma viatura foi até o local momentos depois. Os PMS encontraram a mãe da menina, uma mulher de 42 anos, com sinais de sangue e lesões. Ela confirmou que foi agredida e ainda afirmou já ter sofrido agressões anteriores.

O pai da criança, de 46 anos, foi preso em flagrante. O homem ou por audiência de custódia neste domingo (8), e teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.

O caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal no plantão da Delegacia Seccional de Bragança Paulista e foram pedidas medidas protetivas de urgência para a mulher.