Bobadilla ainda afirmou que em nenhum momento disse a frase "venezuelano morte de fome", que Navarro alega ter escutado. Porém, confirma que usou as palavras "venezuelano de merda" ao jogador. Além disso, o atleta do São Paulo disse que quem começou a discussão foi Navarro, ao chamá-lo de "boludo", o que seria "idiota" em português. A briga teria começado pelo fato dos jogadores do Talleres tentarem acelerar o jogo, já que estavam desclassificados com o resultado da partida.
O jogador paraguaio disse também que foi xingado por outros atletas do clube argentino. Marcos Ezequiel Portillo teria dito "cagão" e "filho da p***".
Veja o que acontece com atleta após indiciamento por xenofobia
Segundo Damián, em meio à discussão, Navarro ainda teria olhado as costas da camisa do jogador do São Paulo, gesto que significa (no futebol) "quem é você?", "quem te conhece" ou "jogou onde?"
Bobadilla afirmou também que o árbitro, que estava próximo, "disse que nada ouviu sobre as ofensas". Durante o interrogatório, ele ainda disse que a discussão as ofensas que foram trocadas podem ter contribuído para o comportamento emotivo de Navarro.
A Polícia ouviu o jogador aconteceu na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) nesta quarta-feira (11). Ele foi indiciado por injúria racial com motivação xenofóbico.
O jogador Bobadilla, do São Paulo, foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por injúria racial com motivação xenofóbica, após desentendimento com Miguel Navarro, atleta venezuelano em um jogo da Copa Libertadores, no fim de maio.
Durante a partida entre o time brasileiro e o Talleres na noite do dia 27 de maio, o jogador Miguel Navarro, do clube argentino, foi visto chorando e discutindo após o segundo gol do tricolor paulista.
Ao final do jogo, o atleta de 26 anos revelou que Bobadilla o teria chamado de "venezuelano morto de fome".
"Eu estava dizendo ao árbitro para se apressar, porque precisávamos jogar. Aí, do nada, Bobadilla veio e me disse 'venezuelano morto de fome'. Eu quis sair do jogo, mas, infelizmente, não tínhamos mais substituições. Não quis deixar meu time com um jogador a menos. Minha cabeça não estava mais lá naquele momento. A justiça deve ser feita, isso não pode continuar acontecendo", disse Navarro.